A FIAPE!

Após mais uma FIAPE é tempo de análise e de pensar o futuro, e posso dizer que a FIAPE deste ano foi melhor e maior do que a do ano anterior, com mais visitantes e expositores, melhor organizada, mas entendo que pode e deve crescer mais. Como?
A FIAPE tem vindo a desenvolver a vertente da pecuária, a do artesanato, a da maquinaria agrícola e a dos vários sectores alimentares dos produtos regionais, mas tem, ainda, muito para crescer, para que se torne, definitivamente, numa referência regional que marque de forma indelével a agricultura como um todo.
A FIAPE, a meu ver, deverá desenvolver toda a vertente agrícola, desde a produção de cereais, dos hortícolas, passando pela floresta e terminando na cinegética, representando, assim, todo o sector agro-pecuário da actividade agrícola como um todo.
A FIAPE deverá abrir espaço à presença dos produtores agrícolas para que apresentem os seus produtos, promovendo concursos de qualidade da produção, premiando aqueles que se destaquem nas melhorias introduzidas, quer nas formas, quer nos processos de cultivo, quer na qualidade do produto final, de entre outros.
Semelhante aposta deverá ser feita na vertente florestal, promovendo, também, a realização de concursos de qualidade, quer nas práticas, quer na conservação e manutenção e formas de exploração.
A área da cinegética é outro importante sector da actividade que deve estar presente, como forma alternativa de exploração da propriedade, dando visibilidade a formas de exploração cinegética competitiva e lucrativa, que fazem, também, desenvolver todo um sector económico a ela ligado.
São três áreas que darão à FIAPE uma outra dimensão, para além de, com elas, a feira abarcar, de facto, todo o mundo agrícola, surgindo como uma referência de excelência da agricultura.
Será uma aposta decisiva para o incremento da produção, bem como o demonstrar do apoio e do interesse na sua existência, que promove, simultaneamente, a manutenção do povoamento, do ordenamento do território e da manutenção do comércio local e nacional, tendo como resultado uma apetência para a criação de riqueza, para além de poder promover a investigação científica nestas áreas.
Mas pode ainda ir mais longe, ao abrir concursos internacionais para que, pelo menos possa motivar os produtores de Zafra para trazerem à feira os seus produtos e animais, criando uma motivação acrescida entre os produtores nacionais e estrangeiros.
Paralela e simultaneamente, a FIAPE pode tornar-se num ponto de referência didáctica e pedagógica, em parceria com o Centro de Ciência Viva de Estremoz, dedicando todos os anos a um tema ligado à agricultura, como por exemplo, os cereais, a oliveira, a cortiça, o porco, o bovino, etc, através do qual fará o seu percurso histórico-evolutivo numa exposição apresentada desde a produção à sua comercialização e às várias formas de aproveitamento.
Dentro desta área temática, poderá apresentar exposições relativas à realidade rural, através da exposição de partes do espólio do Museu da Alfaia e do Museu Rural, dando toda uma perspectiva de evolução da vida, dos costumes, das formas de produção e da vivência do que foi e é a agricultura.
A FIAPE tem futuro!

Luís Assis
Publicado também no nº 738 do Jornal Brados do Alentejo

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