Que futuro para a Europa?

O período que vivemos, de uma transição profunda de paradigma, profundamente agarrado a um passado que parece não ser possível de continuar no presente e muito menos, para já, atirar para o futuro, ganhou alento com as eleições francesas e com a vitória de Hollande. Mas a sua eleição, assim como o novo acto eleitoral grego, não  garante uma mudança rápida do posicionamento dos “donos” do projecto europeu.
A Europa, hoje profundamente abalada, deixou cair uma visão de modernização, progresso e desenvolvimento, assentando o seu ritmo diário na instabilidade, na imprevisibilidade, ou não, dos ditos mercados e naquilo que devia ser um grande pilar, uma sociedade mais solidária.
Estas mudanças, que levaram a que não mais se falasse nos centos de decisão europeus em desenvolvimento sustentável, por exemplo, assim como em outros assuntos que definem o nosso futuro comum, obrigam-nos a questionar aquilo que à meia dúzia de anos eram certezas inabaláveis. Obriga a olhar o presente e o futuro, como momento de alteração mas também  de esperança em soluções inteligentes e mais promissoras para a Europa.
Redefinir dinâmicas, até mesmo territoriais, e não somente económicas ou financeiras, com propostas de soluções para o tempo que atravessamos carece de inteligência, mas acima de tudo de vontade política. É essa vontade que a Europa tem de decidir se quer ou não ter, porque caso o não queira, esse será um projecto falhado num muito curto espaço de tempo.