Esta semana fomos brindados com mais uma concretização do governo PS que se traduz num aumento da despesa e da dívida pública, sem que traga qualquer criação de riqueza para o País, com a assinatura do contrato do TGV.
A esquerda uniu-se toda, numa demonstração do poder do Estado, em torno desta assinatura, concordando com ela, numa clara linha de aplicação das doutrinas socialistas, segundo as quais ao Estado compete ser o motor da economia, ao Estado compete gastar dinheiro em investimentos que não geram qualquer riqueza. Vimos o que aconteceu na ex-URSS e nos ex-países de leste com este tipo de gastos.
Ao contrário do que a esquerda afirma, o TGV não vai trazer nenhuma criação de riqueza para Portugal, uma vez que as empresas que ganharam o concurso vão trazer todo o material necessário do estrangeiro, caso contrário não será certificado como comboio de alta velocidade. Portanto, as linhas de caminho de ferro, as tábuas onde a mesma assenta e todo o material circulante, será todo importado.
Mas ficaram muito felizes e contentes, porque aprovaram uma medida que só implica despesa e endividamento externo de Portugal num investimento que não produz riqueza para Portugal, sendo certo que, os estudos de viabilidade económica do projecto são mais do que contestados.
O resultado não se fez esperar. Ainda esta semana, entre o rescaldo do título alcançado pelo Benfica e a visita do Santo Padre Bento XVI, o governo PS, pela calada, aproveita para aprovar, com o acordo do PSD, um brutal ataque aos Portugueses com o anúncio de aumento de impostos para que o governo PS continue a gastar o mesmo dinheiro, ou mais.
Agora vieram o PCP e o BE vociferar contra o aumento de impostos quando antes tinham ficado todos contentes com o TGV que implicava o endividamento do Estado Português para pagar um projecto que não produz qualquer tipo de riqueza para Portugal.
Todos sabemos que o projecto do TGV é um projecto puramente político de rentabilidade económica mais do que duvidosa. Mas não vou discutir a questão política do projecto, apenas a oportunidade do seu início numa altura em que Portugal precisa de projectos criadores de riqueza.
Não é compreensível, nem aceitável, nem justificável, que o governo PS afirme que não há dinheiro para fazer avançar o PRODER e depois esbanje milhões num TGV, isto é, não há dinheiro para promover a criação de riqueza nacional, mas já há para promover a criação de despesas.
É um raciocínio, no mínimo, hilariante, no que é seguido por toda a esquerda, com medo que a iniciativa privada tire os privilégios do Estado dominador.
Para mim, antes gastar dinheiro no PRODER, nem que seja através de endividamento externo, do que gastar no TGV, porque o primeiro é um investimento criador de riqueza capaz de inverter a situação de crise em que estamos, na medida em que se aposta em projectos que vão produzir produtos e bens alimentares que importamos todos os dias.
E, certamente que os mercados externos teriam outra reacção se assim fosse, porque Portugal mostrava que se endividava para criar riqueza nacional, que garantia o pagamento da dívida, promoveria o crescimento económico e, consequentemente, diminuía o peso da dívida pública no PIB, por aumento deste, bem como promoveria um equilíbrio do saldo da balança de transacções, na medida em que diminuiriam as importações.
Quantos de nós já pararam para pensar para verem quantos produtos produzidos em Portugal utilizam num dia. Muito poucos, para não dizer quase nada, porque até a alimentação é quase toda importada, porque nada se produz, fruto da política do Sr. Silva.
Através do financiamento do PRODER promovemos a criação de riqueza nacional na agricultura e na floresta, criamos postos de trabalho, geramos rendimentos que aumentam o PIB, ou seja, criamos crescimento económico, que faz baixar o peso de dívida pública externa e mostramos que somos capazes de responder à crise em que estamos.
Por outro lado, diminuímos as importações, o que significa que o dinheiro é gasto em Portugal e fica cá, não é exportado para pagar aos outros países.
Perante esta realidade o PS diz: não quero criar crescimento económico, quero criar despesa.
Perante esta realidade o CDS afirma invista-se em Portugal, diminuía-se a despesa do Estado.
Perante a realidade que vivemos antes investir no PRODER do que no TGV.
Se Sócrates não é capaz, Portugal é capaz!
Publicado também no Diário do Sul, nº 11.211, de 19 de Maio de 2010
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