BOMBA ATÓMICA!

Cartoon de Henrique Monteiro

A aprovação do orçamento de Estado para 2011, que prevê o aumento da taxa de IVA para 23% é uma autêntica bomba atómica que o governo PS, com o acordo do PSD, lançou sobre todo o interior do País, com a zona de impacto nas zonas fronteiriças.Com a actual taxa de IVA já se sentia o descalabro económico do interior do País, com a fuga dos consumidores para Espanha, onde a taxa de IVA é de 18%, afirmando a CCP (Confederação de Comércio e Serviços de Portugal) que num raio de 50 km da fronteira as perdas do comércio português já estavam a tornar-se insustentáveis para os pequenos e médios comerciantes.Com o aumento da taxa de IVA para 23% as zonas afectadas aumentam para um raio de 90 km da fronteira, segundo a CCP, o que significa um brutal aumento de consumidores a optarem por fazer compras em Espanha, em vez de o fazerem em Portugal.PS e PSD não quiseram saber das consequências desta medida sobre o interior do país e das consequências a nível de arrecadação de receita fiscal, que se traduzirá num brutal decréscimo, com todas as consequências para as autarquias fronteiriças, que perderão rendimento.Este OE para 2011 prova que, o que o PS e o PSD pensam é que o País é Lisboa e o resto é paisagem ou, então, um deserto. Embora ainda não o seja, com esta verdadeira bomba, o resto do País vai, muito rapidamente, tornar-se paisagem ou um deserto.O governo PS, com a ajuda do PSD, criou aos pequenos e médios comerciantes do interior do País uma concorrência desleal para com os seus vizinhos espanhóis ao aumentar o diferencial da taxa de IVA para 5%, impedindo os comerciantes portugueses de poderem vender o que quer que seja.Como é que é possível concorrer com um diferencial destes na taxa de IVA, que irá, necessariamente, encarecer todos os bens e serviços prestados nas zonas fronteiriças e até 90 km da fronteira.Só para se ter uma ideia, no Distrito de Évora, Arraiolos fica a 91 km de Badajoz, no Distrito de Beja, Ferreira do Alentejo fica a 88km de Rosal de la Frontera, e no Distrito de Faro, Albufeira fica a 91km de Ayamonte.Basta olhar para o mapa para verificarmos que Arraiolos, Ferreira do Alentejo e Albufeira estão sensivelmente a meio dos respectivos distritos, o que significa que para a população da metade interior dos respectivos é mais barato ir a Espanha fazer compras do que em Portugal.Significa isto que nos Distritos de Évora, Beja e Faro os pequenos e médios comerciantes e produtores vão perder clientela e o Estado vai perder rendimento, proveniente da arrecadação de receita fiscal.Estima a CCP que este aumento irá traduzir-se numa quebra de rendimento de 17%, criando entre 15 a 20 mil novos desempregados no interior do país, pelo menos, desde um paralelo que diste 90 km da fronteira.Se olharmos para o mapa de Portugal percebemos a dimensão catastrófica das consequências de uma decisão tomada e pensada no e para o litoral, bem como a situação que criaram para todos os pequenos e médios comerciantes, produtores e industriais do interior do País, obrigando-os à ruína completa, por imposição legal. O OE para 2011 é a expressão da ruína que o PS impôs a Portugal, com o acordo do PSD.

0Luís Assis
Publicado também na edição nº 748 do jornal Brados do Alentejo

EU E O PODER


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CAMINHAR É PRECISO
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Desde sempre me preocupei em aprender, no que tive em conta o pensamento produzido por outros. A simples talhe de foice, faço três citações:
- Padre António Vieira (1608-1697): “Para falar ao vento bastam quatro palavras; para falar ao coração são necessárias obras”.
- Provérbio macua: “Não se assinala o caminho apontando-o com o dedo, mas sim caminhando à frente”.
- Poeta sevilhano António Machado (1875-1939):
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“Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar…”
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CAMINHAR SEMPRE
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Sou dirigente duma associação cultural sedeada em Estremoz, que completou este ano, vinte e sete anos de existência, durante os quais fizemos o caminho que percorremos. Caminho nem sempre fácil, a maioria das vezes, repleto de pedras que fomos guardando. Com elas construímos o nosso próprio castelo.
Nesse caminho, aprendemos a dialogar com o poder local, conscientes de que a cada um de nós cabe o seu papel. Ao poder cabe a implementação de políticas que estejam ao serviço da coisa pública. Às associações culturais cabe a produção de eventos nos quais a comunidade se reconheça.
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O CAMINHO NÃO TEM FIM
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Ciclicamente, de quatro em quatro anos, a natureza do poder muda ou não muda e com ele o ritmo do percurso do caminho que percorremos. Em vinte e sete anos de caminho somos levados a reconhecer que o poder nem sempre é igual. Umas vezes a nível de Presidente da Câmara e de Vereador do Pelouro da Cultura, existe sensibilidade e capacidade de diálogo com as Associações. Outras nem tanto, outras mesmo nada. Como diria Lenine (1870-1924): “Que fazer?”. A resposta só pode ser uma: “Caminhar, descobrindo então o nosso próprio caminho.”
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O CAMINHO CONTINUA
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Nas últimas eleições autárquicas ocorreu em Estremoz uma mudança de paradigma. As eleições foram ganhas pelo MIETZ – Movimento Independente por Estremoz, que pregou uma partida aos partidos tradicionais. Homens e mulheres, velhos e novos, tradicionalistas e alternativos, crentes e descrentes, de direita ou de esquerda, monárquicos ou republicanos, deram a vitória ao MIETZ. Tudo leva a crer que pela descrença nos partidos tradicionais e pela dinâmica gerada pelo carisma e pelo populismo de Luís Mourinha.
É esse o poder que temos. É com ele que fazemos o nosso caminho. Cada um no seu papel.
O meu relacionamento com Luís Mourinha, para além do aspecto meramente institucional, é coloquial e fraternal, o que vem desde os bancos da Escola, em que eu fui seu professor e ele meu aluno. Com o resto dos membros do executivo, o meu relacionamento tem sido igualmente fácil e pautado por grande cordialidade em interacções que temos tido na área cultural.
Decorrido um ano de exercício do poder, num período de crise económica profunda, a minha opinião pessoal é a de que é positivo o saldo do balanço da actividade autárquica desenvolvida pela equipa liderada por Luís Mourinha. Todavia não sou ingénuo e sei que alguns daqueles que falam “politiquez”, pensam exactamente o contrário. Estão no exercício do seu direito de opinião e decerto que lá terão as suas razões, que não serão necessariamente coincidentes com as opiniões dos outros.
A prova real desse balanço será feita daqui a três anos, através do exercício do direito de sufrágio pelos munícipes. E nessa prova real contará pouco o “politiquez”, porque os eleitores perceberam há um ano que é possível fazer caminhadas comuns, de livre vontade e sem constrangimentos, com pessoas que pensam diferentemente umas das outras, mas que são capazes de se respeitar. Nessa altura, poderemos então falar em balanço global. Creio que a maioria continuará a sufragar o MIETZ. Se me enganar nessa previsão, estou disposto a reconhecê-lo aqui publicamente.
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Publicado também no jornal ECOS, nº 95 (4-11-2010)

ESTREMOZ - PROGRAMA DA COZINHA DOS GANHÕES 2010



Postado por Hernâni Matos

SIMPÓSIO “CUIDADOS PALIATIVOS, TESTAMENTO VITAL, EUTANÁSIA” / Évora, 27 Novembro 2010


Destinatários:
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Profissionais de saúde; Pessoas que desejem adquirir e actualizar informação básica no âmbito dos cuidados em fim de vida
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Horário e Programa do Simpósio - 9h 30-16h 30:
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09h 30 – Distribuição da documentação;
10h 00 – Sessão de Abertura e apresentação do evento (DR. LUÍS PEDRO MOTA SOARES)
10h 15 – Cuidados Paliativos - intervenção para a Dignidade em fim de vida (DRª ISABEL GALRIÇA NETO)
10h 40 - testemunho de um familiar de doente atendido em CPaliativos (DRª ANA XAVIER MORATO)
11h 00 - Necessidades de Cuidados Paliativos no país; uma proposta para Portugal (ENFº MANUEL CAPELAS)
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11h 30 -11h 45 – Intervalo
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11h 45 –12h 30 – Testamento Vital, será esta a solução para os problemas no final de vida? (DR. JOÃO REBELO, ENFº JOEL FERREIRA)
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12h 45 - 14h 15 – Almoço
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14h 30 – 15h 30 – Eutanásia - Precisamos dela para acabar com o sofrimento? ( DRª ISABEL GALRIÇA NETO)
15h 30 - 16h 30 – Debate
16h 45 – Conclusões do Simpósio e Encerramento (DRª ISABEL GALRIÇA NETO)

Metodologias Pedagógicas:
Exposições teóricas, análise de casos.
Será distribuído um Dossier Bibliográfico de apoio em CD.
Inscrição: Gratuita, mediante contacto prévio para inscrição para o tlf: 213 917 560.
Entrada: mediante inscrição prévia obrigatória e sujeita à capacidade da sala.
Local e Data: Hotel Mar de Ar Muralha (antigo Hotel da Cartuxa), 27 Novembro 2010)
Organização: CDS-PP.