CENTRAIS DE BIOMASSA!

Volto ao tema das centrais de biomassa a propósito do relatório sobre a área de floresta ardida este ano, que aponta para cerca de 126 mil hectares, porque entendo que é uma forma de invertermos esta situação.
As centrais de biomassa caracterizam-se pela produção de energia limpa com recurso aos desperdícios florestais e agrícolas, que servem como fonte de combustão para produção de energia eléctrica.
A criação de centrais de biomassa no interior do país tem várias utilidades e, desde logo, a de ser um pólo de inversão da desertificação, de criação de riqueza, de postos de trabalho e a de contribuir para uma nova gestão da floresta.
O investimento em centrais de biomassa no interior do país, estrategicamente colocadas, permite a ampliação da oferta de emprego, não só para os postos de trabalho da própria central, como também pelo facto de criar uma nova apetência na gestão da floresta, uma vez que a sua matéria prima é precisamente a biomassa produzida pelas florestas e pela agricultura.
A necessidade desta matéria-prima irá gerar uma nova apetência pela limpeza das florestas, tornando-a rentável, posto que a biomassa passará a ser geradora de rendimento, podendo, inclusivamente, criar novas áreas de actividade geradoras de emprego.
Com o desenvolvimento ou ressurgimento desta área de actividade, as florestas passarão a ser cuidadas e limpas, para além do facto de, passarem a ter, quase permanentemente, pessoas que nela circulam, o que, do ponto de vista da prevenção de incêndios é fundamental.
A criação deste ciclo económico, gerador de rendimento, é, por sua vez, um factor importante na diminuição da factura energética do país, pois ao introduzir energia eléctrica na rede pública de origem limpa, fará diminuir a factura da sua importação, bem como a das alternativas do petróleo e carvão.
A vantagem em termos ambientais é evidente, pois produzimos energia que não é poluidora nem geradora de CO2, que, por sua vez, contribui para a manutenção de floresta, também ela, como todos sabemos, consumidora de CO2, alcançando-se, assim, dois objectivos, quais sejam, não produzir CO2 e, simultaneamente, manter a capacidade de absorção de CO2 pela floresta.
Construímos, assim, um ciclo económico completo, desde a sua produção até à sua comercialização, passando pela transformação da matéria-prima, que trará aumento da riqueza ao país e uma diminuição das importações, contribuindo, simultaneamente, para a criação de investimento, postos de trabalho e, não menos importante, um novo olhar para a gestão florestal com ganhos efectivos.
Este ciclo combinado será um importante elemento de prevenção dos fogos florestais, promoverá a limpeza da floresta, diminuindo assim, drasticamente, o flagelo dos incêndios florestais a que todos os anos vimos assistindo.
Paralelamente fará ressurgir o povoamento de zonas desertificadas, com óbvios ganhos em termos humanos e de vivência do território nacional, gerando novas oportunidades de emprego para populações já de si depauperadas e sem perspectivas de vida.
Nesta fase de relançamento da actividade económica o investimento em centrais de biomassa é um importante factor gerador de riqueza a todos os títulos.
Haja vontade política de criar as condições para que as mesmas possam ser instaladas.

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