Nas reuniões de Câmara de 24/3, 2/6 e de 16/6 houve tomadas de posições políticas que, poderemos dizer, foram tudo menos coerentes entre si, para quem tem o dever de afirmar uma posição, e não, andar aos ziguezagues, qual estrada de montanha, que ora curva para um lado ora para outro.
Na reunião de Câmara de 24/3 o PSD votou contra a aquisição dos terrenos onde está a fábrica Batanete. Até aqui nada de estranho, pois demonstra a posição política do partido a que pertence, dando um claro sinal de discordância em relação àquela questão.
Na reunião de Câmara de 2/6 o PSD votou contra a aquisição do palácio dos Marqueses de Praia e Monforte e contra a aquisição de terrenos rústicos em Veiros, demonstrando a posição de clara discordância do partido político que representa.
Para a compra destes imóveis constava também da ordem de trabalhos, da reunião de 2/6, a contratação de um empréstimo para todos os imóveis.
E aqui dá-se a primeira curva, com o PSD a abster-se na votação para a contratação dos empréstimos destinados à aquisição dos imóveis, com as quais não concordava, isto é, entendeu o PSD viabilizar a contratação do empréstimo para compras com as quais não concordava.
Mas, na reunião de Câmara de 16/6 em que se discutia a aprovação dos contratos de empréstimo para a aquisição de imóveis e empreitadas, o PSD, dá uma valente guinada e de uma assentada vota a favor do contrato de empréstimo para a aquisição dos imóveis com os quais não concordava mas cuja contratação tinha entendido viabilizar.
É isto mesmo.
O PSD é contra as aquisições de imóveis pela Câmara mas entende que deve viabilizar a contratação dos empréstimos e, por fim, é a favor do contrato de empréstimo para cuja compra o mesmo vai servir, mas é contra a mesma!!??!!
Onde está a coerência da posição e decisão política tomada em primeiro lugar? Se se é contra a aquisição dos imóveis não se pode viabilizar um empréstimo para os mesmos e votar favoravelmente o respectivo contrato de empréstimo, como se se tratasse de coisas distintas, que o não são.
Na verdade os empréstimos são a consequência lógica da aquisição, ora, se não se concorda com a aquisição como é que se concorda com o empréstimo e com o contrato para a sua aquisição? Não faz sentido, não tem qualquer lógica, nem coerência.
Esta posição de ziguezague, do ora não, ora talvez, ora sim, é em tudo semelhante àquela que o partido tem adoptado a nível nacional, mas que é demonstrativa de que, ou não sabe o que quer ou quer tudo e não quer nada.
Ficará a dúvida se o PSD era, realmente, contra a aquisição dos imóveis, posto que viabilizou e concordou com o empréstimo para a sua aquisição, que é perfeitamente legítima, pois, se de facto fosse contra a aquisição, tinha que ser contra o empréstimo.
Creio que não é normal alguém dizer que não quer comprar uma casa mas quer assinar o contrato de empréstimo para a sua compra. Foi o que o PSD fez.
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