Ao bom estilo de Luís Mourinha, o Município prepara-se para rescindir o contrato com as Águas de Portugal. Assim, sem mais, a trouxe-mouxe e sem serem conhecidas as alternativas.
Lá que o Sr. Presidente ache que sabe qual é a melhor solução até se aceita. Agora se quer ser apoiado numa decisão com tal peso e com tal importância para o destino colectivo de Estremoz, seria bom que começasse a explicar-se, que apresentasse as alternativas e os estudos que as fundamentam. Se essa for mesmo a melhor solução, não deve temer apresentar os seus argumentos, deve esclarecer tudo tintim-por-tintim; se essa for - pelo menos, aparentemente - a melhor solução, então nós cá estaremos para o apoiar.
Que o contrato actualmente existente é desfavorável para o Município, até concordamos. Em nossa opinião, é verdade. No entanto, como na canção, "p'ra melhor está bem, está bem; p'ra pior já basta assim!" É preciso conhecer as alternativas e – ainda mais importante – que estas sejam apresentadas em simultâneo com a proposta de rescisão. De facto, se tivermos que escolher entre dois males, que saibamos pelo menos escolher o menor.
As hipóteses mais óbvias da rescisão com as Águas do Centro Alentejo são duas: (1) o Município continua a ter a seu cargo a gestão da água; ou (2) vai celebrar com terceiros uma nova concessão. Se a hipótese for a primeira, então tudo bem, vejam se há condições para obter financiamentos – comunitários, bancários, autofinanciamento ou outros – para reestruturar a rede de águas e de saneamento de Estremoz e vamos a isso. Se tais condições não se verificarem, então travões a fundo. Entre ter água cara ou não ter água, creio que a maioria das pessoas – por mais contrariadas que fiquem – prefere pagá-la cara a não a ter. Disse, e agora sublinho, creio; (é preciso ter em atenção que posso estar a crer mal) logo, penso que devem ser os cidadãos de Estremoz a decidir.
Se a opção for a segunda, então temos de saber a quem vamos fazer a concessão da exploração da água e em que termos. Se vamos fazer um concurso público, então temos de fazer um caderno de encargos que balize as regras de actuação das empresas concorrentes. Se vamos fazer um concurso, então antes temos de ter conhecimento dos estudos de viabilidade técnica, económica e financeira que nos dão garantias mínimas que as soluções que propomos são aceitáveis pelas empresas potencialmente concorrentes. Se todas estas condições estiverem ultrapassadas, então vamos a isso… espera, vamos… se for isso que a maioria da população decidir depois de saber os riscos que corre.
O que não é, de todo, aceitável é que me apresentem daqui a alguns dias o resultado de ligações perigosas em negócios escabrosos. Se, sem concurso, me aparecer uma, e uma só, empresa a dizer que nos vai pagar uma pipa de massa e que – com toda a generosidade – me vai garantir água em abundância e, ainda por cima, barata; então tenho todas as razões e mais algumas para fugir desse negócio a sete pés. Se ainda não perceberam porquê, pior para vocês…
As imagens foram colhidas nos sítios para os quais apontam as respectivas hiperligações.
Resumindo: sei qual é a melhor solução? Neste momento, não! Eu, tal como a maioria – presumo eu – dos meus concidadãos, preciso de ser esclarecido. Qual a melhor via para as pessoas serem esclarecidas? Também não sei, mas penso saber que podemos fazer uso de um recurso que ainda não usámos. É esclarecedor e, perante a importância transcendental do tema em questão, afigura-se-me adequado. Porque não recorremos ao Referendo Local?
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