Estremoz e o Mundo

Já tive o privilégio de encontrar o nome de Estremoz nos sitios mais inesperados (livros, hotéis, entrevistas), e acho que não me engano se disser que, regra geral para todos os estremocenses (a viver ou não em Estremoz), quando isso acontece o primeiro sentimento é de orgulho (mesmo antes da surpresa). Para mim, particularmente, porque materializa aquele "martírio" saudável que imponho a quem convive comigo diariamente e não partilha desta "paixão". E lá vem o: eu não vos disse que Estremoz é grande? (ainda há pouco tempo tentei mostrar que o nosso Rossio era maior que a praça da cidade velha de Praga - um verdadeiro combate)

Isto tudo até podia ser importante (e tem o seu grau de importância relativo, mas noutro contexto), mas é mais interessante discutir o seguinte ponto: a importância do turismo no concelho de Estremoz.

(isto também é um espaço de debate, certo? então vamos lá)

O tema já vem das outras autárquicas (2005), e identificava claramente a oportunidade que a região e o concelho têm neste sector. Existe património histórico, existem vias de comunicação privilegiadas, existem produtos regionais de qualidade, existe mão-de-obra qualificada, mas na minha opinião falta qualquer coisa para poder aproveitar-se esta oportunidade: conhecer quem nos visita!

Não sabemos de onde vêm, para onde vão, como se deslocam, quanto gastam, como ouviram falar de Estremoz... Estamos remetidos ao exclusivo papel de receber (e sabemos que o fazemos bem), mas não chega. 

A CME devia ter um papel activo na procura desta informação? Quais as sinergias com as instituições promotoras de turismo na região? Qual a relação que a CME deve ter com os operadores turísticos do concelho?

E para os que estão ainda a pensar "porque é que precisamos de saber mais coisas sobre os turistas"? É simples, para os fazer voltar, para poder divulgar o nome de Estremoz de forma mais eficaz, ou simplesmente para saber o que acharam e podermos melhorar a nossa oferta. E posso adiantar já, não acho que isto tenha de ser feito exclusivamente pelos particulares, porque há um património cultural e histórico a promover cuja responsabilidade é de quem tem os comandos do concelho.

(Fosse isto uma análise mais elaborada e ficava bem aqui uma caracterização da economia do concelho, mas basta dizer que, apesar de ser fácil a associação Alentejo - Agricultura, mais de metade da população que habita neste região vive do sector terciário, logo, este tem de ser alimentado. Como? Com pessoas!)

E porque o post já vai extenso, e era agradável alguma "discussão", coloco aqui mais alguns pontos:
1. O papel que cada um de nós (falo por todos os que estão fora do nosso concelho), tem como verdadeiro embaixador dessa região (sou um adepto fervoroso desta modalidade - para dar algum enquadramento ao primeiro parágrafo);
2. A total falta de aposta em turismo jovem (não há qualquer referência ao concelho como potencial de turismo de aventura), bem como de infraestruturas adaptadas (parques de campismo, pousada da juventude, etc);
3. O facto de ainda não termos percebido que existe um aeroporto a poucos quilómetros de Estremoz - importante porque estão em negociações para receber a verdadeira companhia aérea low-cost: Ryanair (revoluciona uma região, e isso tem de ser aproveitado!)

Inicialmente este post ia ter o título de "o valor da informação", porque em parte é disso que se trata (o resto bem podem ser sonhos e/ou desafios que vamos ter de enfrentar), por isso fica um bem mais simples: Estremoz e o Mundo (com a promessa de um Estremoz e o Mundo - II, brevemente)

3 comentários:

Perfilho o seu ponto de vista, de que um dos modos de dar a volta a Estremoz, no bom sentido, através da criação de mais postos de trabalho e de riqueza, é apostar no Turismo, através da tomada de algumas medidas estratégicas.
Se bem me lembro, em Novembro passado, no acto inaugural da Cozinha dos Ganhões, Ceia da Silva, Presidente da Entidade Regional do Turismo do Alentejo, terá anunciado a realização em Estremoz dum Congresso de Turismo no ano de 2010.
Estou sem saber se foram os presentes que ouviram mal ou se o Congresso era outro. Na verdade, ao ter conhecimento da realização em Beja do 1.º CONGRESSO DE TURISMO DO ALENTEJO, em 26 e 27 de Março passado, fiquei surpreendido. Será que o Congresso de Turismo a realizar em Estremoz é outro e ainda se vai realizar até ao fim do ano? Ou será que Ceia da Silva depois de ter anunciado Estremoz, foi levado a optar por Beja? Nesse caso, porquê?
É suposto que o 1.º Congresso de Turismo do Alentejo, com os seus 850 participantes inscritos e 35 oradores distribuídos por seis painéis, tenha tido o seu impacto. Nada sabemos sobre a participação de Estremoz neste Congresso. Nos painéis existentes, um deles “AUTARQUIAS, QUE VISÃO PARA O TURISMO?”, tinha por função “perceber que tipo de perspectivas têm as autarquias no panorama turístico e como é que estas devem participar nas várias vertentes do sector, desde a promoção à afirmação dos destinos”. Outro dos painéis “O TURISMO NO ALENTEJO – NOVOS PRODUTOS, PROJECTOS E MERCADOS”, terá de certo chegado a conclusões interessantes.
Estou convicto que a Câmara Municipal de Estremoz como entidade a quem compete ter uma visão estratégica do Turismo no nosso concelho, não deixará de em tempo útil dar uma resposta às principais questões por si formuladas e que eu sintetizo:

OS TURISTAS:

De onde vêm? Para onde vão? Como ser deslocam? Quanto gastam? Como ouviram falar de Estremoz?

A CÂMARA MUNICIPAL DE ESTREMOZ:

Tem um papel activo na procura daquela informação? Quais as sinergias com as instituições promotoras de turismo na região? Qual a relação que a CME tem com os operadores turísticos do concelho? Porque não aposta no turismo jovem? Porque não existem infra-estruturas adaptadas a este tipo de turismo?

Já lá vão alguns anos que se debatia esta mesma questão nos meandros da internet, mas no "Fórum Estremoz".

Na altura a informação passada da minha parte era: Apesar de não termos estatisticas de quem são os nossos turistas e de quanto tempo permanecem, o que me parece é que são turistas passageiros, de 1 dia (sem pernoita), ou de em média 2 noites. O objectivo será criar mais actividades para eles permanecerm mais tempo.

A minha principal sugestão, e o que penso que faz mais falta para o desenvolvimento do turismo é:

- desenvolver as insfraestruturas / monumentos já existentes e criar maior dinamismo dentro delas

ex 1: no Castelo de Estremoz, traçar um percurso pedonal dentro e fora das muralhas, com respectivo folheto informativo a fornecer no Posto de Turismo
- este percurso pedonal pode eventualmente estender-se ao resto da cidade. Hoje fui a Castelo de Vide, e foi-me fornecido um mapa com uma sugestão de um percurso pedonal dentro da vila

ex2: criar percursos pedestres marcados na Serra D'Ossa. A serra está por explorar. Infelizmente o CEIA (Centro de Educação e Interpretaçao da Serra D'Ossa) terinou. Na altura estava exclusivamente ligado ao Municipio de Borba, mas é necessário que todos os municipios inclusos na serra se juntem para reactivar este importante centro!

ex 3: criar mais actividades e espectáculos no Teatro Bernardim Ribeiro, bem como na Praça de Touros (que requer reabilitação, conforme post anterior), etc.

ex 4: explorar a Pedreira de Mármore abandonada junto ao Pingo Doce. Existe uma proposta apresentada na câmara para transformar esta pedreira num "Jardim de Mármore" com percurso pedonal, esculturas em mármore, workshop de escultura em mármore, etc., mas o processo está parado a aguardar aprovação

etc
etc
etc

Parque de campismo, penso que é algo que faz bastante falta! Chama bastante turismo, e é importante ter uma oferta diversificada que abranja todos os gostos e bolsas.

Vai abrir este mês um parque de campismo a caminho de Evoramonte, mais vocacionado para caravanas!

Aqui ficam já algumas sugestões para debate!

Nuno:

Afinal o Congresso a que se referia Ceia da Silva é outro. Leia a notícia
ESTREMOZ RECEBE CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE TURISMO DE PORTUGAL,no ECOS:
http://www.jornalecos.com.pt/index.php?no=185

Um abraço:

Hernâni

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