O (IN)DEPENDENTE!


Há uns anos atrás o (in)dependente concorreu às eleições autárquicas e, nessa altura teceu várias críticas aos partidos políticos, ao seu funcionamento e à forma como agem em relação às pessoas e ao Estado.
Asseverou mesmo que os partidos políticos eram organizações em declínio que mais tarde ou mais cedo seriam ultrapassadas pelos movimentos de independentes, pois estes é que eram os verdadeiros representantes da sociedade civil, sem os vícios dos partidos políticos.
Dois anos volvidos verificamos que o (in)dependente precisou dos partidos políticos para resolver assuntos que, segundo afirmou, de outra forma não poderiam ter sido resolvidos e que, sem eles o projecto não seria concluído.
O (in)dependente porque precisava de um despacho da REFER e duas assinaturas resolveu apoiar os partidos políticos, mais concretamente o PS, apoiando Sócrates às legislativas, por ter conseguido o tal despacho e as duas assinaturas!
Passou o (in)dependente a dependente do PS, assumindo o seu apoio a uma candidatura partidária, cujo resultado foi uma estrondosa perda, ficando, portanto, associado à derrota eleitoral de Sócrates, porque a ela se ligou voluntariamente.
Tendo o (in)dependente feito duras críticas ao PS e aos eleitos do referido partido, incluindo os do então governo PS, não podia apoiar quem tanto criticou, e, diga-se com razão, porque todos conhecemos o descalabro em que o PS colocou Portugal e o concelho de Estremoz.
Que o (in)dependente resolvesse a questão do despacho e das assinaturas com o então governo PS é natural, posto que era o governo em exercício, mas daí a dar como troca o seu apoio a uma candidatura partidária, vai uma incongruência do tamanho do mundo.
Não se pode criticar os partidos porque se entende que não representam a sociedade civil e depois porque se precisa deles passa-se a apoiá-los, e a justificação da defesa de Estremoz não é aceitável, porque Estremoz não depende dos partidos.
E agora, após a estrondosa derrota do candidato que o (in)dependente apoiou, vai apoiar o governo de coligação PSD/CDS a bem do futuro de Estremoz?
Com esta sua atitude o (in)dependente deu uma machada fatal no movimento que ele próprio criou, ao mostrar a sua dependência dos partidos políticos e, consequentemente, ao mostrar que o movimento independente, afinal, precisa dos partidos políticos, aquelas organizações em declínio.
O estrago provocado por esta atitude nos eleitores que acreditaram num movimento que se supunha independente ainda estarão por contabilizar, mas que foi um forte revês na sua existência, lá isso foi.
A partir deste momento, o (in)dependente nunca mais será visto como tal.
Percebemos que o (in)dependente, afinal, precisa dos partidos políticos para governar e que só através deles e do seu apoio aos mesmos conseguirá resolver os problemas de Estremoz.
O (in)dependente acabou!

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