O Palácio dos Marqueses de Praia e Monforte, onde funcionou durante muitos anos o Círculo Estremocense, está em degradação acelerada.
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DEFESA DO PATRIMÓNIO é o título de uma Exposição a inaugurar pelas 17 horas do próximo sábado, dia 15 de Maio, no Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz. Trata-se duma iniciativa da Associação Filatélica Alentejana, que através de uma Exposição de Fotografia, procura abordar os múltiplos aspectos do património material e imaterial, alertando para as situações de risco no concelho de Estremoz, numa perspectiva de demonstração da necessidade de existência de uma Associação Local vocacionada para a Defesa do Património.
Exemplos como a transferência para Lisboa do Mosaico Romano de Santa Vitória do Ameixial nos anos 20 do século passado não podem voltar a repetir-se, como não podem voltar a repetir-se episódios como o derrube da Igreja de Santo André em 1960 e mais recentemente com a extracção de azulejos pelo proprietário do edifício da antiga Firma Luís Campos, junto ao Lago do Gadanha.
A malha urbana apresenta-se ferida com edifícios e construções em risco: Largo do Espírito Santo, Edifício Luís Campos no Largo General Graça, Palácio dos Condes de Praia e Monforte (séc. XVIII), na Rua D. Vasco da Gama onde funcionou durante muitos anos o Círculo Estremocense, Palace Hotel no Rossio Marquês de Pombal, Portas dos Currais, Casa da Câmara ao Arco de Santarém, Praça de Touros, etc.
Que podem fazer os cidadãos para além de assistir diariamente à degradação da paisagem urbana com o inevitável cortejo das suas múltiplas consequências?
Não nos basta ficar contentes por o Rossio de Estremoz já não ir ser retalhado e o tradicional Mercado de Estremoz não ser posto em risco. É preciso fazer mais qualquer coisa.
E a nossa arqueologia industrial tem sido tratada como merece? Que resta das moagens, dos lagares e das fábricas de cortiça? E a nossa única olaria? Que podemos fazer para inverter a situação?
Sabendo que a UNESCO aprovou em 2003 uma “Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial”, que fizemos nós no seguimento disso, para assegurar a salvaguarda e o respeito pelo património cultural imaterial das comunidades, dos grupos e dos indivíduos, no quadro de um mundo cada vez mais globalizado, que ameaça uniformizar as culturas do mundo, aumentando simultaneamente as desigualdades sociais?
Estas são questões que merecem uma resposta que tarda. Confronto de ideias é o que se precisa, para despertar e mobilizar consciências e não continuarmos na paz podre do deixa andar, da insensibilidade perante aquilo que alguns nos querem fazer acreditar como sendo inevitável.
Essa a importância da Exposição de Fotografia “Defesa do Património”, patente ao público no Centro Cultural de Estremoz, até ao próximo dia 19 de Junho.
Publicado no Jornal Brados do Alentejo, nº 737 , de 12 de Maio de 2010.
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