REFORME-SE!

Mapa extraído de www.evoradigital.biz

A recente apresentação do projecto de reforma administrativa do território tem levantado muitas vozes discordantes, mas, quanto a mim, sem razão nenhuma, pois a mesma já deveria ter sido feita há muito tempo.
A realidade de hoje, fruto de sucessivos executivos camarários que não se preocuparam com a desertificação do interior do país, conduziu-nos à situação que hoje vivemos e que determinou a reestruturação da divisão administrativa do país.
Estremoz tem freguesias a mais. 13 freguesias são, nos dias de hoje, um excesso, pelo que concordo que seja reduzido o seu número, aplicando-se a proposta da sua agregação, para que não haja perda da identidade e do sentido de pertença que as pessoas têm.
Para não falar de outras, falo daquela onde resido, a freguesia de Santo André, confinada que está à zona urbana dentro das muralhas de Estremoz, não tem qualquer sentido manter-se, porque se insere na área de intervenção do executivo camarário.
Agregando-se as freguesias, mantem-se a identidade e o sentido de pertença, alterando-se a forma do exercício do poder político, pela diminuição dos respectivos órgãos políticos, mas dar-lhe-á outra capacidade de intervenção e negocial face ao executivo camarário.
Não vejo nenhum drama nesta questão, que não é uma novidade, principalmente para Estremoz, pois não nos podemos esquecer que Evoramonte foi concelho até 1855.
Não creio que tenha perdido a sua identidade nem o sentido de pertença que os seus naturais, residentes e habitantes tenham em relação a Evoramonte.
Outro exemplo é Veiros, que foi concelho até 1872, tendo sido depois integrado, sucessivamente, nos concelhos de Monforte, Fronteira e finalmente no de Estremoz, do qual é freguesia.
Não creio que os Veirenses tenham perdido a sua identidade nem o sentido de pertença que sentem em relação a Veiros.
É pois uma falsa questão, a que se tem colocado, quando se fala da reorganização administrativa do país, falando-se de uma perda que não existe, fruto de um atavismo e de partidos políticos que dominam em termos autárquicos, que não querem perder poder, esquecendo-se que a culpa é exactamente deles, pelos eleitos que indicaram, que nada fizeram, deixando que chegássemos à situação em que nos encontramos.
Se Estremoz passar a ter 4 freguesias, por agregação, penso que é um óptimo equilíbrio em termos de organização do território e da sua gestão, poupando com o que não se gasta com os órgãos políticos e com a sua manutenção, e, sejamos claros, poucos provaram a necessidade da sua existência, tal foi o trabalho que não fizeram.
Mantém-se a identidade das freguesias agregadas, unificando-se unicamente a gestão política destas, dando-lhes outro poder que até agora não tinham, permitindo-lhes óbvios ganhos políticos na sua relação com o executivo camarário.
Do meu ponto de vista não há dúvida: REFORME-SE!

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