Política

As forças políticas, pilares num estado democrático da estrutura decisória de uma comunidade (local, regional ou nacional) não podem tornar-se um vortex, com uma espiral dirigida para si mesmos. Quando há a existência de um fecho em torno de uma ideia de unicidade, e é estabelecida uma matriz decisória sem discussão, acontece um afastamento das pessoas da política. Ora o que mais rico a política tem, são as pessoas.
Quando as organizações políticas se fecham sobre si mesmas, perde, em primeiro lugar a democracia, em segundo, a discussão de ideias, que levam as que as pessoas se aproximem dessas estruturas e participem nas decisões que a todos interessam e perdem, por último, as comunidades, porque a tomada de decisão (seja de quem governa ou é oposição) não é participada, levando, como referido, ao afastamento das pessoas daquilo que deveria ser um processo decisório participativo e participado.
As estruturas políticas deveriam ser, em termos de discussão do que à sociedade interessa, que basicamente será tudo excepto a própria estrutura organizativa dessas entidades, como que uma força constante com trajectória centrípeta a beber na sociedade transformando-se na acção, num movimento centrífugo, emanado dos centros decisores, depois de maturada participação e discussão.
Se procuramos, hoje, sinais de uma liderança forte encontramos deslumbramento, que leva ao fecho sobre si mesma, quer seja por ofuscação ou por excesso de luz.
Todos perdemos quando o compromisso é de poucos e as decisões afectam muitos.
Como diria Agustina Bessa-Luís “O que resta é sempre o princípio feliz de qualquer coisa”.

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