Há muito que se fala das condições em que se encontra o estaleiro da Câmara Municipal de Estremoz e das condições de quem lá trabalha. Foi promessa urgente do anterior executivo camarário não cumprida; o actual pretende mudá-lo de local.
Segundo consta o local escolhido é o da antiga empresa de mármores Batanete, à entrada de Estremoz, pelas portas de Santo António, uma das quatro portas monumentais da cintura de muralhas de Estremoz.
Também muito se tem discutido sobre a compra do terreno onde esteve instalada a empresa Batanete, mas sobre esta questão apenas direi que, já vamos estando habituados a que as prioridades eleitorais sejam umas e as pós-eleitorais sejam outras; estranho é que no anterior executivo camarário se tenham gasto, pelo menos, €: 1.750.000,00 em obras e projectos completamente destituídos de sentido, lógica e utilidade e ninguém se incomodou, com excepção do que publiquei sobre as ditas obras.
É um facto que o estaleiro municipal precisa de intervenção urgente, quanto mais não seja para conferir condições de dignidade a quem nele trabalha, o que, até à data, apesar de termos tido sempre executivos camarários defensores da classe operária, leia-se PCP e PS, a defesa que destes foi feita está bem patente no estado ruína em que se encontram as instalações.
A questão para mim está no facto de se ir instalar um estaleiro de obras numa das principais entradas de Estremoz, o que não é lógico, nem faz sentido nenhum, sendo certo que o local apropriado é, de facto, a zona industrial, porque foi para isso que a mesma foi construída; para retirar as instalações do centro da cidade.
Ora, depois deste esforço, não faz sentido que seja a Câmara a dar o exemplo contrário e ir retirar o estaleiro da zona industrial para o colocar junto de uma das principais entradas de Estremoz.
Para quem vem a Estremoz e entre pela porta de Santo António a primeira coisa que vê de Estremoz é um estaleiro de obras. Na minha opinião não tem qualquer sentido.
Se a deliberação da Assembleia Municipal for no sentido da aquisição do terreno então que o mesmo seja aproveitado para algo que cause boa impressão a quem entre em Estremoz por aquelas portas e, quanto a mim, ali deveria ser instalado o Museu da Alfaia, não só pelo espaço que consegue albergar toda a colecção existente, como também, porque sendo ainda uma área rural, está intimamente ligada à temática do Museu e ao percurso evolutivo das técnicas rurais, nele havendo espaço para realizar e exemplificar a vivência rural ao longo dos tempos, tornando o Museu num museu vivo e dinâmico, partilhado por quem o visita.
O Museu da Alfaia merece, até porque dispõe de um dos maiores e mais completos espólios de alfaias agrícolas e representativo das várias épocas e da evolução do mundo rural.
Não quer isto dizer que o estaleiro da Câmara não mereça um tratamento digno, porque merece e a obra deve ser realizada, mas o seu local deve ser aquele onde está actualmente, na zona industrial, e não à entrada da cidade.
Estaleiro ou Museu? Museu.
1 comentários:
Não será a melhor paisagem para nos receber ou para receber quem nos visita, mas, além disso, espero eu que tenham sido tidas em conta as características daquele entroncamento com a EN 4, que, por razões de segurança e prudência, parecem-me desaconselhar estar precisamente ali um ponto de saída e entrada frequente de veículos e máquinas. Mas essas coisas foram estudadas, espero eu.
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