I Centenário do Nascimento de Maria de Santa Isabel

Maria de Santa Isabel (1910 - 1992)

Hoje, dia 16 de Abril de 2010, tem lugar o I Centenário do Nascimento de Maria Palmira Osório de Castro Sande Meneses e Vasconcellos Alcaide (16/04/1910 - 13/01/1992), grande poetisa estremocense, conhecida por Maria de Santa Isabel. Casada com Roberto Augusto Carmelo Alcaide (9/8/1903 -27/7/1979), dramaturgo e caricaturista, irmão de Tomaz de Aquino Carmelo Alcaide (16/02/1901- 9/11/1967), tenor lírico de projecção internacional.

   
          Roberto Alcaide (1903-1979)                        Tomaz Alcaide (1901-1967)  
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A bibliografia poética que conheço e tenho de Maria de Santa Isabel é:

- FLOR DE ESTEVA, Portugália Editora, Lisboa, 1948.
- TERRA ARDENTE, Tipografia da Empresa Nacional de Publicidade, Lisboa, 1961.
- SOLIDÃO MAIOR, Coimbra Editora, Coimbra.
- FRONTEIRA DE BRUMA, 1997. Edição póstuma.





Nascido em 1946, tive o privilégio de conhecer em vida esta grande Senhora, que morava na Horta Primeira, na rua da Levada, em Estremoz.
Como ex-librista, não quero deixar de reproduzir aqui o seu ex-líbris, que tal como os seus livros de poemas, me foram há anos oferecidos, pela sua sobrinha, Isabel Taborda Oliveira, ex-vereadora do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Estremoz.
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E porque a loiça de barro vermelho de Estremoz está em extinção – Jerónimo Lagartinho é o último oleiro de Estremoz - faz sentido reproduzir aqui do seu livro “Flor de Esteva”, o soneto “Pucarinhos de barro”.

PUCARINHOS DE BARRO

Pucarinhos de barro, quem me dera
Sentir, na minha boca, essa frescura
Da vossa água perfumada e pura,
Que me trás o sabor da primavera!

Quanta boca ansiosa vos procura,
Num símbolo de crença e de quiméra:
Simples imagem viva, bem sincera,
Dum mundo de ilusões e de ternura!

Meus santos pucarinhos, milagrosos,
Cumprindo as gratas obras do Senhor,
Dando a beber aos lábios sequiosos:

Minha boca vos beija com fervor,
Como se, noutros tempos luminosos,
Beijasse ainda o meu primeiro amor!

Maria de Santa Isabel

Na passagem do I Centenário da Poetisa, lançamos daqui à autarquia, a sugestão de a homenagear, pois foi uma figura cimeira da cultura alentejana.
 
Hernâni Matos

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