SONETO: A MORTE (II) (lembrando Pedro Gonçalves, estremocense, jovem, fal. 26-01-2015 de acidente), por Carlos Luna



Pensar na morte é morrer mais duma vez,
e viver-se a cada instante tristeza;
foi com vida qu'a Natureza se fez...
e assim nos mostra a sua grandeza!


Mas a morte existe, e às duas por três,
bate-nos à porta sem gentileza;
cruel, medonha na sua cupidez,
aterradora p´la sua frieza...

Deixa a morte uma marca em quem não morre,
um vazio imenso de piedade,
um desalento qu'o corpo percorre...

Por fim, regressa aos poucos a vontade,
e fica a memória a que se recorre,
em eternos momentos de saudade.

Estremoz, 27 de janeiro de 2015
Carlos Eduardo da Cruz Luna