No âmbito da reforma administrativa do território está também prevista a reforma dos municípios, como forma de representação da política local, que, também, muito tem dado que falar, não tanto pelas populações mas mais por alguns partidos políticos que vêm perder a réstia do seu poder.
As populações locais do interior do país já sofreram na pele ou antes, têm vindo a sofrer na pela ao longo dos anos, o terem sido votadas ao mais completo e absoluto abandono por parte do poder político.
O que devia ter sido feito para evitar a desertificação e o empobrecimento do interior não foi feito até hoje e não consta que venha a ser, o que fundamenta a razão da reforma administrativa, que poderia ter sido evitada se muitos daqueles que hoje falam contra ela, tivessem feito alguma coisa, quando exerceram funções políticas.
Esta reforma não é nenhuma novidade, nem é a primeira do género que acontece no nosso país, pelo que não percebo o alarido que tem sido feito à volta desta questão, para além do que, no estado actual, de facto, a representação política local deverá ser reorganizada.
Do meu ponto de vista não se trata de extinguir ou fundir concelhos, mas antes agregá-los em termos de representação política, criando estruturas intermunicipais com um poder diferente, mas maior, o que lhes dará mais capacidade representativa e de reivindicação.
No caso, a agregação de Estremoz, Borba e Vila Viçosa, passando a ser geridos por uma estrutura intermunicipal é algo que não me choca minimamente e por várias razões.
Desde logo porque se poupa nos pagamentos e nas despesas decorrentes dos cargos políticos e de nomeação política, diminuindo consideravelmente a despesa pública, pois em vez de termos 3 executivos camarários, passaremos a ter um só.
No que respeita à vivência destes três concelhos, os concelhos da zona dos mármores, estes têm diversos serviços comuns, para além do que as populações destes sempre mantiveram contacto entre elas, fazendo uma vivência pessoal e comercial entre todos eles.
Há, de facto, uma afinidade entre os três concelhos e não vejo que perdessem na união da sua representação política, muito pelo contrário, pois ao alargar-se o universo de habitantes e de eleitores, a sua representatividade e a sua força política face ao poder central sairá reforçada.
A união da sua representação política também trará ganhos de escala em termos de obras públicas, com maior capacidade de negociação com as empresas, permitindo ganhos de escala, que terão como consequência, a diminuição dos custos.
Claro está que, simultaneamente, deve fazer-se da reforma dos órgãos autárquicos, quer das suas competências, quer das suas atribuições, deixando de haver a eleição para o Presidente de Câmara, passando este ser o número 1 da lista mais votada, passando para executivos sem a presença da oposição, que, de resto, é uma aberração política.
As Assembleias Municipais deverão ter mais poderes de fiscalização do executivo, à semelhança da Assembleia da República.
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