Infelizmente faz todo o sentido!
Nunca o país teve uma geração tão bem preparada científica e tecnologicamente, nunca o país gastou tanto no ensino como agora.
E para quê?
Para lançar toda esta gente no desemprego.
Mas a precariedade não é apenas uma questão geracional. Embora sejam os mais jovens os mais atingidos, é de notar que para quem tem mais de 45 anos, uma situação de desemprego leva também à precariedade.
Os patrões e os partidos do regime sempre quiseram e tomaram medidas em direcção a esta catástrofe social: os sucessivos Códigos do Trabalho (de Bagão Félix a Vieira da Silva) foram “apertando o cerco” à contratação colectiva tentando – e muitas vezes conseguindo – individualizar os contratos, isolar cada trabalhador e, assim, retirar direitos e precarizar o trabalho e o salário.
Esta geração (mas não só) vive hoje de recibos verdes, de intermitência laboral, de indefinição pessoal e familiar.
No entanto as maiores fortunas portuguesas lá vão subindo paulatinamente na escala da Forbes, estando já Américo Amorim, Belmiro de Azevedo e Soares Santos nas 100 maiores fortunas do mundo.
São precisamente estes senhores que mais usam e abusam da precariedade para contratar os seus trabalhadores.
Sacrifícios para todos? Nem por isso…
No meio deste turbilhão de desorientação e revolta vem o nosso PR dizer que jovens corajosos foram os que fizeram a guerra colonial! Levados à força para África para uma guerra que nada lhes dizia, a morrer aos milhares, ainda hoje há centenas de milhar traumatizados e estropiados…
Coragem é enfrentar hoje este regime iníquo e despótico que nos tira a vida aos poucos e nos suga as energias, nos impede de construir uma vida decente, nos enfia numa escola a caminho da Universidade e desta para o Centro de Emprego.
Coragem é lutar, porque se não formos nós a fazê-lo, ninguém o fará por nós…
LISBOA, 12 de Março de 2011. Manifestação da "Geração à Rasca". |
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