INCOMPETÊNCIA DE LUXO!



Já este ano ficamos a saber que o Estado Português vai devolver 170 milhões de euros de fundos comunitários para a agricultura porque não realizou as fiscalizações a tempo e horas, o que denuncia uma grave incompetência. Mais grave se torna quando, como consequência dessa incompetência os agricultores perdem verbas para investimento na agricultura, perdendo a economia, o interior, os trabalhadores e o país, pois é dinheiro que não é gasto em Portugal. Mas, apesar desta incompetência, o IFAP achou que merecia um lanche luxuoso, no valor de 26.600 euros, com direito a Palácio alugado e tudo, incluindo a presença do Ministro da pasta, para comemorar o dia de Reis. Como se fartam de trabalhar e cumprem os prazos para realizar as suas tarefas, de tal forma que temos que devolver dinheiro dos fundos comunitários, o IFAP entendeu que deveria dar um presente de Reis aos seus meninos e meninas, pelo seu bom comportamento e desempenho. Mas, para além deste luxuoso lanche de 26.600 euros em tempos de crise, consta que os funcionários do IFAP terão recebido um prémio pela sua produtividade, aquela que faz com que o Estado Português devolva 170 milhões de euros e que os agricultores percam o rendimento para investir na agricultura. A ser verdade que isto se passou, então a questão ainda é mais grave, porque significará que a incompetência é de luxo e compensa, não só com um lanche sumptuoso, como também com um bónus monetário. E quem foi responsabilizado pela perda dos 170 milhões de euros? E se por acaso os agricultores entenderem que o Estado lhes causou prejuízos com a sua incompetência? Vão continuar a dar lanches luxuosos para comemorar? É gritante a falta de profissionalismo e de responsabilidade, tudo se passando como se fosse a coisa mais natural deste mundo perder 170 milhões de euros. O mais grave disto tudo é que a Comissão Europeia já por várias vezes alertou Portugal que não está a cumprir as suas obrigações e que esse incumprimento tem penalizações, mas parece que não lhes ligam nenhuma, continuando, paulatinamente, a fazer os controlos quando e como querem. Para além de tudo isto, o IFAP ainda acha uma glória ter diminuído os prazos de pagamento de 20 para 5 meses, não querendo perceber que nem de 5 meses devia ser o prazo de pagamento, devia ser a pronto. Esta fuga sistemática à realidade, à responsabilidade e ao brio profissional é assustadora e reveladora do estado em que se encontram os serviços. Os funcionários do IFAP deviam passar a receber o seu ordenado com 20 meses de atraso e depois com 5 meses, para ver se eles percebiam o que estavam a fazer aos agricultores. Aposto que nessa altura haveria gritaria e ranger de dentes, porque os direitos deles estavam a ser violados. Mas, e então, eles não estão a violar os direitos dos agricultores ao não fazerem os controlos a tempo e horas, ao levarem à devolução de 170 milhões de euros e ao pagarem com 20 meses de atraso?

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